PSICOTERAPIA BREVE

ESTUDO SOBRE PSICOTERAPIA BREVE

 

O que é a Psicoterapia Breve?

 

Foi desenvolvida nas últimas décadas nos Estados Unidos e na Europa a fim de atender aos Planos de Saúde que demandavam por atendimentos psicoterápicos mais breves. E menos onerosos.

Em 1946, F. Alexander e T. French introduziram, ainda no campo da Psicanálise, o conceito de Experiência Emocional Corretiva – um dos conceitos fundamentais da atual técnica de Psicoterapia Breve.[…] Posteriormente surgem as terapias comportamental e cognitiva, assim como os primeiros manuais de P.B. […] Na América Latina, a P.B. se desenvolveu, em primeiro lugar, na Argentina sob a influência da Psicanálise inglesa representada pelo grupo da Tavistock Clínica, especialmente Malan e Balint. Integram com destaque o grupo argentino, H. Kesselman – que publicou, naquele país, o primeiro livro sobre o assunto – Fiorini, autor que enfatizou o conceito de Experiência Emocional Corretiva e M. Knobel, que se radicou no Brasil, desenvolvendo seus estudos na UNICAMP, em São Paulo.
No Brasil, a 1ª publicação sobre o tema Psicoterapia Breve, ocorreu em 1984 com o livro “Psicoterapia Breve: a Técnica Focal”, de Lemgruber, V., seguida em 1986 por Knobel. Além desses, também se destacam em estudos e pesquisas sobre Psicoterapia Breve um grupo de autores do Rio Grande do Sul, entre os quais Cordioli e Eizirick Aguiar e, no Rio de Janeiro, Lowenkron, com a publicação de Psicoterpia Breve, de 1993.[1]

 

A psicoterapia breve é uma técnica utilizada dentro da psicoterapia. Ela oportuniza resultados eficazes iguais ou até mais que os métodos adotados anteriormente.

Não é possível hoje se falar em “doenças orgânicas” sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional, sendo evidente a natureza psicossomática da existência humana.

 

A Psicoterapia breve é eficaz?

Seus resultados são surpreendentemente bons e apresenta excelentes resultados terapêuticos com um tempo reduzido. E ainda, com apenas um atendimento por semana, e os resultados podem ser observados em curto espaço de tempo.

O TRATAMENTO.

Por meio de seções semanais (uma por semana) tendo a duração de 45 minutos. Em média, o tratamento pode se dar com aproximadamente 20 sessões, variando logicamente de caso a caso. No entanto há situações que podem demandar um espaço de tempo maior, dependendo da complexidade do problema apresentado, demandando um trabalho terapêutico mais demorado, geralmente quando se envolve traumas precoces, problemas vinculares, imaturidade psicológica, desorganização psicológica, etc.

Nestes casos o tratamento pode exigir anos de trabalho contínuo, compensados por mudanças significativas que o trabalho psicoterapêutico pode propiciar.

Para algumas pessoas a terapia é um ambiente  acompanhamento de seu processo de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, e que são trabalhadas transformações profundas ao longo de vários anos. Nestes casos não pode definir tempo de tratamento, pois pode demandar anos.

As tipologias de abordagens e métodos

Há alguns tipos de psicoterapia, conforme as necessidades e a configuração dos problemas, sendo os principais:

  • Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos.
  • Psicoterapia de Grupo
  • Psicoterapia de Casal
  • Psicoterapia de Família
  • Psicoterapia Institucional

O TERAPEUTA E TERAPIA BREVE?

Neste caso, o terapeuta atua diretamente diferentemente de outras técnicas a abordagens. O terapeuta torna-se mais ativo tendo assim atuações mais diretas. Ela é mais participativa durante o processo do tratamento terapêutico. Mesmo diante das possíveis intervenções nas seções, o analista deve sempre manter-se de forma profissional, sem perder o foco e adotando a postura ética e imparcial. A imparcialidade é de suma importância para que o terapeuta não se perca durante o processo, envolvendo-se emocionalmente com as queixas do paciente.

É preciso cuidado para não fazer observações precipitadas, ainda que muito apropriadas, agudas e corretas. Muitos pacientes eu perdi por ter sido eficiente demais na primeira entrevista, falando coisas que os surpreenderam a tal ponto que jamais voltaram. Quando revejo, com calma, esses meus procedimentos, eles estiveram a serviço da minha vaidade, de querer mostrar como eu era competente e rápido. Rápido demais para o gosto de determinados clientes. Rápido e ineficiente, já que o paciente foi embora. É preciso serenidade e paciência para falar as coisas de forma adequada e na hora oportuna. É evidente que não existe a menor possibilidade de jamais errarmos. Só não erra quem não faz. Aliás, os críticos da empatia como processo através do qual o terapeuta se envolve e se emociona dizem que tal procedimento aumenta o número de erros devidos a um eventual envolvimento excessivo do profissional. Talvez seja verdade. Porém, penso que erra mais aquele que, acovardado, prefere o distanciamento que impede o pleno contato com a alma do paciente.[2]
AS INDICAÇÕES DO TRATAMENTO.

Via de regra, as pessoas motivadas ao tratamento se adaptam melhor a este modelo, logo, terão melhores resultados e, geralmente com menor espaço de tempo. Tal resultado pode vir a partir do instante quem o paciente consegue perceber-se e compreender-se.

Outros fatores que podem contribuir com o sucesso da psicoterapia breve são:

Também são fatores que favorecem o sucesso dessa técnica:

• A existência de um problema específico;

• A capacidade do paciente em relacionar-se com terapeuta sem maiores constrangimentos, com maior desenvoltura, expressando-se e interagindo;

• Disposição para avaliar o problema que motivou a busca pelo tratamento.

• A facilidade de reconhecimento dos sintomas, e a perceptividade que os mesmos possuem origem psicológica;

• Vontade de aprender mais de mesmo e mais a obtenção de respeito de si próprio;

• desejo pelas novas idéias e uma visão realista em relação aos resultados do tratamento em andamento

• O paciente deve ter muita disposição para fazer um sacrifício razoável em busca de melhoras e até da cura, dedicando, tempo, dinheiro e a sobre tudo a capacidade de lidar com questões muitas vezes desagradáveis que lhes saltarão durante o tratamento.

A psicoterapia é um recurso valioso na lida com as dificuldades existenciais, bem como em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como transtornos psicopatológicos distúrbios psicossomáticos, as crises existenciais e os estados de sofrimento, conflitos interpessoais, dentre outros.

O tratamento pode ser direcionado também às enfermidades como:

a)   O tratamento de Transtorno Depressivo Leve.

b)   Fobia Social (medo de encontrar pessoas novas, de assinar cheques, comer ou falar em público, etc),

c)   Transtorno de Ansiedade Generalizada, Síndrome do Pânico,

d)   Distúrbios de Ajustamento (separação, mudanças importantes de trabalho, cidade. etc),

e)   Reação a Estresse Grave e alguns Transtornos de Personalidade.

Pode também aplicada com sucesso nos casos de:

  • Tratamento de transtornos psicológicos como transtorno do pânico, fobias,  depressão, anorexia, estresse pós traumático etc.
  • Tratamento de transtornos de personalidade  como transtorno borderline, transtorno esquizóide, transtorno paranóide, etc.
  • Trabalho sobre conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpessoais e grupais que podem produzir ou contribuir para o sofrimento psicológico.
  • Elaboração de crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e dificuldades nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc).
  • Transtorno Depressivo Moderado, Fobias específicas, TOC,
  • Transtornos Alimentares (bulimia, anorexia, comer compulsivo) e outros transtornos de Personalidade.

Porém a psicoterapia breve constitui-se como um tratamento contra indicado no tratamento das Síndromes Orgânicas, Transtorno Bipolar, Transtorno de Personalidade Anti-Social, Esquizofrenia, Autismo e Retardo Mental.

Segundo Cordioli (1998) as principais características da Psicoterapia Breve Dinâmica são:

a)    Delimitação de um foco, problema ou conflito central, em acordo com o paciente no qual se centraliza toda o trabalho psicoterápico; b)    Estabelecimento de uma hipótese psicodinâmica, explicativa do problema principal ou do foco, que faz sentido ao paciente, ao qual responde positivamente e que orienta as intervenções do terapeuta; c)    Interpretação de forças inconscientes; d)    Ensino de novas formas de lidar com os conflitos emocionais;e)    Atitude ativa do terapeuta que utiliza, se necessário, medidas de apoio como manipulação do ambiente, tranquilização e psicofarmacos;f)     Delimitação do tempo : 12 a 40 sessões em geral;g)    Seleção adequada do paciente.[3]

Por meio de tratamento adequado, o paciente poderá ao longo do tratamento ter a oportunidade de se compreender e, consecutivamente adotar novos padrões em seus relacionamento e atitudes. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de inúmeras doenças. As vantagens que o tratamento pode trazer ao paciente, dentre outros são:

  • Desenvolvimento da capacidade de autogerenciamento,  aprendendo a dialogar com os estados internos, a regular os estados emocionais e adquirir autonomia.
  • Desenvolvimento da capacidade de auto-observação e auto-reflexão.
  • Sair dos padrões estereotipados e criar novas narrativas de si, novos modos de compreender e conduzir a própria vida
  • Desenvolver habilidades interpessoais como capacidade empática – saber se colocar no lugar do outro -, capacidade de comunicação,  assertividade, resolução de conflitos, etc.
  • Fortalecimento psicológico – ampliação da resiliência –  para aumentar a tolerância e a capacidade de crescer com as dificuldades que a vida apresenta.
  • Favorecer a saúde integral, física e psicológica
  • Busca de sentido existencial
  • Amadurecimento psicológico  caminhos da indicação do tratamento.

É importante na indicação deste e de outras formas de abordagem uma clara distinção por parte do terapeuta, que após o trabalho de anaminese, poderá indicar este, ou aquele método. E assim, após indicação é iniciar os trabalhos e colher os frutos.

A seguir indicados alguns dos motivos que otimizam os resultados do tratamento:

  • O fator de se dividir um problema você pode aliviar-se uma carga emocional grande e aliar sentimentos de culpa ou sofrimentos outros.
  • É mais fácil superar as dores através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho.
  • A presença e atuação do terapeuta clínico (psicoterapeuta) como um outro , ajudará ver a sua vida de um modo diferente, Assim, a psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida.
  • O analista [e um profissional que conhece as teorias e caminhos do tratamento, assim ajudará na compreensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias.
  • O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada ou a uma conversa comum.
  • O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que ajudam a realizar mudanças psicológicas profundas.
  • É importante que o analista tenha vivenciado situações em que foi ele próprio para o divã, onde tenha colhida s experiências do ser analisado, e tenha efetivamente vivenciado os resultados de melhoras, isto facilitará consideravelmente a rotina de trabalho com o analisando,

Certamente vários outros fatores poderiam se elencados aqui, porém os já relacionados contribuirão para nosso entendimento e melhor acolhimento cognitivo sobre o tema. É certo que não se pode definir temas e eixos tão abrangentes em um trabalho simplista e diminuto como o que aqui se apresenta, mas, como dito anteriormente, o intuito deste é nortear uma caminhada a ser trilhada e reconstruída e/ou re-significada por meio de novas pesquisas e descobertas dos estudiosos e pesquisadores.

 

Conclusão

 

Tal como dito nos módulos anteriores, não temos com este trabalho a intenção de dar opiniões ou “definições” conclusivas inerente aos temas em tela. Por tanto, é necessário a participação ativa nos módulos em sala de aula, e/ou semi-presenciais.

Nossos professores e coordenadores estão à inteira disposição para o acompanhamento e as orientações necessárias.

 

Com relação aos temas abordados, esperamos que nossos alunos e alunas, sintam-se motivados na continuidade do trabalho de pesquisa e buscas constantes pelo conhecimento, dando assim suas contribuições com a disciplina.

Esperamos que cada aluno e aluna possa ser um agente de transformação, oportunizando a transposição das informações em conteúdos aplicáveis nas práticas terapêuticas, apontando para novas descobertas que sejam efetivamente úteis para melhoria da qualidade de vida de nossos pacientes.

 

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